A Câmara Municipal durante o Governo do PT em Leme
Relato da Vereadora Bel Parolim.

Relato da vereadora Bel Parolim sobre o período (2013-2016)
"Entrei oposição ao governo Lema Delai e, em abril virei naturalmente situação com a entrada do Blascke no Executivo. Nunca pisei tanto em ovos. Quebrei alguns.
Fiquei presa a esta situação de ter o Blascke no Executivo e minha atuação foi mais burocrática que política. Recebia crítica dos projetos que chegavam do Executivo pelos jurídico da casa que colocavam todos os empecilhos para que o projeto não tramitasse.
Convivi com pessoas ambiciosas, política e financeiramente, e a convivência com eles era surreal, pois eu nunca sabia o que iria acontecer e nunca era chamada para reuniões prévias, realizadas na sala do presidente, secretamente. Sofri violência de gênero, fui hostilizada e sofri ameaça dentro do plenário de um dos vereadores e do público que comparecia de forma orquestrada para assistir as sessões. Quando, na tribuna, xingavam o governo do Lula e da Dilma o olhar era direcionado a mim ou eu era citada como pertencente ao partido.
Fui parar na Comissão de Justiça e Redação, depois de um plano orquestrado pelo Blascke de me eleger presidente da casa dar errado. Venceu a pessoa que ajudou diretamente para que o Blascke fosse cassado. Nessa minha atuação barrei ou corrigi muitos projetos da casa com erros de formulação ou de clareza de texto. Virei mais inimiga ainda de alguns, mas não fazia diferença nenhuma já que não havia nenhuma possibilidade de alinhamento político.
Discuti de igual para igual com os advogados e muitos dos meus pares vinham me perguntar do que se tratava esse ou aquela votação porque muitos nem sequer liam os projetos que estavam na pauta das sessões, mas essa aparente amizade não existia nas votações que sempre eram previamente definidas para pelas bancadas.
Fiz emendas em projeto de orçamento, questionei números e fui subserviente ao partido e ao executivo e, só para citar um exemplo: quando tinha reunião com vereadores eu não tinha permissão de participar por exigência de alguns vereadores apoiadores do Blascke. Muitos falavam pra mim, depois, em tom de deboche, que eu tinha sido a melhor vereadora que existiu naquela casa. Só depois do estrago todo feito é que consegui olhar, pelas brechas da ignorância, o que tudo aquilo tinha significado.
Participei da Frente Parlamentar de Piracicaba e pude conhecer o trabalho e força do Partido dos Trabalhadores na região e a importância de estar num partido assim tão representativo e com um trabalho incansável na busca de melhores condições de vida à população.
Discuti a questão da mulher e criei audiência pública na casa com convidadas especiais para tratar de assunto tão importante e consegui montar uma comissão de mulheres para criar o Conselho da Mulher que não foi em frente porque o Paulo Blascke foi indevidamente cassado e o trabalho se dissolveu.
Foram anos intenso com muito trabalho e muitas soluções entregues à população, mas o partido sofreu ataques infindáveis culminando no Golpe à presidenta Dilma e à prisão de Lula. (dezembro/21)"
Maria Izabel Parolim
Vereadora PT Leme
2013-2016
