COERÊNCIA E COMPROMISSO

A aprovação, na Câmara dos Deputados, da chamada "PEC da Blindagem" representa um grave retrocesso para a democracia e a transparência em nosso país. Fiel à sua história de mais de 40 anos de luta ao lado do povo brasileiro, o Partido dos Trabalhadores, com o respaldo do presidente Lula, orientou sua bancada a votar NÃO a este ataque à Constituição. Lamentavelmente, essa orientação foi ignorada por 12 parlamentares de nossa legenda: Alfredinho (SP), Dilvanda Faro (PA), Dr. Francisco (PI), Flávio Nogueira (PI), Florentino Neto (PI), Jilmar Tatto (SP), Kiko Celeguim (SP), Merlong Solano (PI), Odair Cunha (MG), Paulo Guedes (MG), Airton Faleiro (PA) e Leonardo Monteiro (MG).

Enquanto a esmagadora maioria da nossa bancada, sendo essa maioria composta por 51 deputados e deputadas federais, honrou o compromisso com nossos eleitores e se posicionou firmemente contra a criação de privilégios para a classe política, é com enorme decepção e veemência que repudiamos a posição desta minoria que deu as costas ao partido, à nossa militância e, principalmente, ao povo que os elegeu.

Votar ao lado da direita e da extrema-direita para aprovar uma medida que dificulta a investigação de políticos é trair a essência do Partido dos Trabalhadores. O PT nasceu para combater privilégios, não para criá-los. Nossa história é forjada na luta por um país mais justo, onde ninguém, absolutamente ninguém, esteja acima da lei.

Para agravar a incoerência, a imprensa revelou que o voto favorável à PEC da Blindagem fazia parte de uma negociação espúria com o Centrão, que prometia, em troca, adiar a votação da anistia para os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. A barganha foi em vão. O resultado foi o pior possível: a PEC da Blindagem foi aprovada com o voto desses parlamentares e, como retaliação, no dia seguinte, a Câmara aprovou em tempo recorde a urgência para a votação da anistia aos golpistas. A tentativa de acordo se provou um erro crasso, uma troca vã que não barrou um retrocesso e ainda acelerou a pauta que beneficia os inimigos da democracia.

Aplaudimos de pé os 51 parlamentares que mantiveram a coerência e a coragem, representando os verdadeiros anseios da nossa base. A eles, nosso total apoio e reconhecimento. Aos que escolheram o caminho do erro, que não contem com o nosso silêncio. A militância está vigilante e a história não perdoará.

O PT de Leme reafirma seu compromisso inabalável com a justiça social e a transparência. Não aceitaremos retrocessos e continuaremos, como sempre, na linha de frente em defesa da democracia.

A luta continua!